No canteiro, as atividades acontecem dentro do horário de trabalho, valorizando o operário como produtor de conhecimento, para além de construtor de paredes. O canteiro de obras então passa a ser um espaço de troca de conhecimento onde o “ensinar e aprender” converte-se em responsabilidade coletiva, fortalecendo a relação dos trabalhadores com a cidade e o local onde vivem e trabalham.
O projeto é percebido pelos operários como um momento de pausa, que prioriza o uso de diferentes inteligências, pouco exploradas no dia a dia do trabalho. Esse estímulo ajuda o operário a se comunicar melhor com as pessoas e a ampliar a capacidade de enxergar a solução das coisas. Esses resultados experimentados se apóiam em uma reflexão crítica sobre a realidade do ambiente em que estão inseridos, tornando-lhes gradualmente conscientes e capazes de transformar sua própria vida e ajudar no crescimento de outras pessoas.
A complexidade dessas questões, pertinentes não só ao Programa Mestres da Obra, mas como a todos os processos de regeneração social, implica na utilização de novas metodologias e estratégias de ação que possam re-significar os ambientes de trabalho, ofertando aos operários uma experiência criativa, diversa, que potencia seus conhecimentos, suas competências e a sua autoestima.